Após dias de mistério, foi finalmente confirmada a identidade de um homem internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. O paciente, que havia dado entrada na unidade sem documentos e inconsciente, foi identificado como o aposentado Marcos Dantas da Silva, de 59 anos, morador do município de União dos Palmares. A confirmação ocorreu por meio de exame de papiloscopia, técnica que analisa e compara as impressões digitais.

Segundo informações do Instituto de Identificação de Alagoas, responsável pelo procedimento, a análise foi realizada a partir do banco de dados civil do órgão. O papiloscopista Marcelo Casado, chefe administrativo da instituição, destacou que esse tipo de exame tem sido essencial para identificar pacientes que chegam aos hospitais sem documentação ou em estado inconsciente.

Marcos Dantas estava desaparecido desde o dia 29 de outubro, quando saiu de casa dizendo que iria cortar o cabelo e não retornou. A família, preocupada, registrou um boletim de ocorrência e teve sua foto divulgada pela Polícia Civil como parte das buscas por pessoas desaparecidas. Coincidentemente, no mesmo dia, um homem vítima de ferimento por arma branca foi socorrido pelo Samu e levado ao HGE sem qualquer identificação, sendo inicialmente tratado como uma pessoa em situação de rua.

A coordenadora de Assistência Social do HGE, Vanessa Martins, relatou que o hospital seguiu o protocolo de identificação previsto para casos assim, solicitando o apoio do Instituto de Identificação. Após o exame, foi possível confirmar a verdadeira identidade do paciente e localizar seus familiares.

“Descobrimos que ele não era morador de rua, como se pensava, mas sim um homem desaparecido cuja família o procurava em União dos Palmares. Assim que confirmamos a identidade, entramos em contato com os familiares, que agora estão acompanhando de perto o tratamento”, explicou a coordenadora.

A ação foi possível graças à integração entre o HGE e a Polícia Científica, que fazem parte da rede de apoio a pessoas desaparecidas criada pela Coordenação de Pessoas Desaparecidas da Polícia Civil, liderada pelo delegado Ronilson Medeiros.

A perita-geral Rosana Coutinho reforçou a importância dessa cooperação: “Somente com a união de esforços entre os órgãos envolvidos conseguimos garantir respostas rápidas e efetivas às famílias que vivem o drama do desaparecimento de um ente querido.”