O fechamento da Maternidade Santa Casa de Misericórdia de Penedo, responsável por abrigar a única maternidade do município, marcou um dos momentos mais críticos da saúde local e expôs uma sequência de falhas administrativas e denúncias de negligência médica. A instituição, que por décadas foi referência no atendimento a gestantes, encerrou suas atividades sob a justificativa de uma “transferência de serviços”, mas a população entende o ato como o fim definitivo de um espaço que já vinha sofrendo com a falta de recursos, equipamentos e gestão eficiente.
Mesmo após receber doações significativas do empresário e influenciador Carlinhos Maia, que ultrapassam os milhões de reais , a unidade não apresentou melhorias visíveis. Equipamentos continuaram sucateados, o atendimento seguiu precário e os casos de negligência médica se tornaram recorrentes, minando a credibilidade da maternidade perante a comunidade.
Após vários casos que culminaram em mortes, o último episódio que mais gerou indignação foi a morte da jovem Yris, após uma cesariana realizada na instituição. Segundo familiares, houve falha durante o procedimento e o estado de saúde dela se agravou até resultar em óbito. O caso levantou fortes protestos em Penedo e se tornou símbolo do colapso na qualidade dos serviços prestados pela instituição.
Nas redes sociais, o clima é de revolta. Moradores acusam a administração municipal e a direção da Santa Casa de abandono e descaso com a população. Muitos apontam que o fechamento representa um colapso iminente na rede pública, já que o Hospital Regional, agora sobrecarregado, não tem condições de absorver toda a demanda.
A Santa Casa de Penedo, que um dia simbolizou cuidado e acolhimento, encerra suas portas deixando um rastro de frustração e desconfiança. O sentimento predominante entre os penedenses é de que a saúde pública da cidade chegou ao limite e que a população mais vulnerável será, mais uma vez, a maior prejudicada.